Quando eu estudava em Centros Integrados de Educação Pública, conhecidos também como Brizolões, aqui no Rio de Janeiro, as grades que fazem parte das estruturas dos prédios me davam a sensação de estar confinado. Ao redor, era possível ver uma quadra usada para jogos de futsal, voleibol e basquete. De dentro do prédio, eu a olhava e via "a diversão" estampada naquele ambiente.Passando para outra situação. Quando assistimos "Netflix", temos uma sensação de satisfação ao poder escolher um bom filme, com uma capa bonita e um lindo trailer que chame nossa atenção.Agora, imagine um ambiente didático (uma interface) dessa forma. Projetado para, apenas com a forma que é mostrado, gerar curiosidade em você para saber qual é o conteúdo? Qual sensação você teria?Creio que tudo acontece por intermédio do visual. As pessoas, como se vestem, como projetos são apresentados, os brinquedos para as crianças, etc. Por isso, neste artigo, trago o porquê devem existir interfaces bonitas. 😉
Brincadeiras à parte, mas vale explicar um pouquinho a imagem acima. 😃Resolvi fazer uma pesquisa qualitativa, simples. Perguntei aos meus amigos designers e de outras profissões o porquê deveriam existir interfaces bonitas e adivinhem só… Uns gaguejaram, outros foram direto ao ponto. Mas uma coisa me deixou surpreso, todas as respostas foram parecidas. Por exemplo, “devem existir para atrair clientes”, “devem existir para atrair algo”, “devem existir para chamar nossa atenção”, “devem existir para mostrar profissionalismo”.Ou seja, as interfaces bonitas, bem elaboradas, têm um índice maior de aceitação. Não apenas por serem bonitas, mas por transmitirem, de maneira eficiente, algo para alguém.Cheguei até a comentar com um desses amigos que não adianta uma interface bonita se não há usabilidade. Seria como ter um Mustang, mas sem gasolina, ou melhor, um Tesla sem água. 😆Quando você está em qualquer ambiente, seja ele uma sala de estar, um home studio, uma cozinha etc, você sempre foca em algo que te chame a atenção. Uma embalagem, talheres, copos, móveis, eletrônicos. Isso é o que você gosta de ver. Mas, por quê? O formato te transmitiu algo que despertou curiosidade, como, por exemplo, as cores. A forma daquilo ser chamou a sua atenção.Quando você abre seu navegador, o que você quer ver e onde quer chegar com ele? Será que quer aprender algo? Quer ver algo inovador, que te inspire ou ver o seu dia de "ontem", "seu cansaço", sua rotina trabalhadora?Creio que quando olhamos para algo que nos influencia e chama a atenção positivamente, isso nos dá mais vigor, força para continuar e melhora o nosso dia a dia. Por mais que não tenhamos em nossas mãos, nos sentimos parte daquilo ou nos imaginamos com aquilo.
Abaixo, apresento exemplos do poder de convencimento dos produtos e como sua forma de ser apresentado, sua estética, pode levar à compra.Suponhamos que você está no calor de 40º do Rio de Janeiro, sem uma forma de se refrescar. Está navegando pela internet quando do nada...
Eis que surge um anúncio de sorvete. Mas não qualquer sorvete. Um sorvete cremoso, com pedaços de chocolates e com uma textura que dá vontade de entrar na tela para pegá-lo.Agora, imagine outro produto à venda online:
Por meio das cores, da estrutura da página, da hierarquia visual e das tipografias, cria-se um visual atrativo, que chama nossa atenção e nos faz ansiar pelo produto, imaginando-o em nós antes mesmo de efetuar a compra.Abaixo, eu te explico rapidamente o que são e como usar esses elementos para construir uma interface.
Focando nas cores da marca para facilitar a comunicação visual, use a regra 60-30-10.[caption id="attachment_2394" align="aligncenter" width="1999"]
Exemplo da regra 60-30-10[/caption]Escolha 3 cores principais antes de começar o projeto e as divida de acordo com a regra: 60% para a cor dominante, 30% para a cor secundária e 10% para a cor de destaque.
A hierarquia visual é utilizada para conseguir se comunicar com o usuário por meio da organização das informações presentes na interface.
A imagem acima é um exemplo de uma hierarquia visual ruim. O usuário se perguntará: Para onde olhar na imagem? Onde clicar? O que fazer na página?
Uma interface precisa de algumas partes básicas para estruturar a experiência do usuário. Por exemplo,
Esse também é um assunto extenso, como os outros que citei, mas trata-se de aspectos da interface como os tamanhos das fontes, parágrafos, alinhamentos, espaçamento entre linhas, espaçamento entre letras e a hierarquia dos textos. Ou seja, todas as informações que contribuem para o usuário ter uma boa leitura.
Com este artigo, procurei mostrar que a necessidade, o valor e a importância da existência de interfaces bonitas é muito grande. Com elas, além de atingir os objetivos de negócio necessários para garantir a sobrevivência de qualquer produto/serviço no mercado, podemos prender a atenção do usuário, inspirar pessoas e até melhorar o dia delas.E lembrando também que quando nós navegamos, muitas vezes, estamos buscando como “resolver algum problema”. Então, nem sempre, apenas uma interface bonita vai conseguir resolvê-lo. Por isso, é importante integrar visual com utilidade. Mas, esse assunto pode ser para o próximo artigo. 😉Obrigado pela sua leitura. Espero que ela tenha agregado valores e contribuído para o seu dia a dia. E aproveita para comentar aqui se você também se preocupa em apresentar interfaces bonitas para o usuário.Não esqueça de seguir a DiTi nas redes sociais. Um abraço!
