O consumo de Youtube nas TVs e a mensuração crossmedia

O consumo de Youtube nas TVs e a mensuração crossmedia

Já faz algum tempo que o mundo do marketing e da publicidade já não é mais criação e distribuição de campanhas publicitárias. Hoje, se trata da convergência entre marketing e tecnologia, trazendo novas formas de compra de mídia e, consequentemente, “balançando” o mercado.

A complexidade da jornada de compra dos consumidores e a evolução do mix de mídia trouxeram desafios para as empresas, agências de publicidade tradicionais e muitas oportunidades para esse novo contexto digital.

A tecnologia mudou radicalmente a distribuição de investimentos nos últimos anos com a difusão do conhecimento e acesso fácil a novos canais.

Lembro que em 2012 eu estava conversando com um Diretor amigo sobre os investimentos em TV, refletindo como seria a compra de mídia depois de 10 anos, foi engraçado que comentei sobre os desafios da TV para se reinventar com os novos formatos oriundos da tecnologia digital.

Depois de 4 anos, podemos ver o investimento feito em anúncios digitais superar os anúncios de TV a partir de 2016.

Investimentos em anúncios digitais

Isso já é um fato. Os consumidores estão o tempo todo conectados e sempre estiveram no centro, mas vivemos uma nova era e precisamos colocar os dados do consumidor no centro da estratégia. Claro, sempre com o consenso do usuário e seguindo todas as recomendações da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Outro ponto é que as nossas vidas mudaram drasticamente em 2020 e 2021. Com as restrições por causa da Covid-19 em diversos lugares e situações, como em restaurantes, academias, viagens, compras, fomos “forçados” a nos reinventar e improvisar nas nossas rotinas e nos nossos hábitos de consumo.

As plataformas digitais têm um papel importantíssimo nesse contexto. Estamos comprando no e-commerce de supermercados, encontramos amigos e familiares nas videoconferências e todos esses aparatos ajudaram na adaptação à pandemia.

Quando analisamos esses novos comportamentos, nos deparamos com os vídeos online. Vimos que a maior plataforma de vídeo do mundo, o Youtube, se tornou um hábito mais intenso nos aparelhos de TV. Estamos mais tempo em casa e, consequentemente, passamos mais tempo nas telas maiores para tentar satisfazer as nossas necessidades, explorar hobbies e paixões, estudar e saber das últimas tendências e notícias.

O Google registrou 120% de aumento no watchtime do Youtube em TVs conectadas

O crescimento é muito grande aqui no Brasil. O Google registrou 120% de aumento no watchtime do Youtube em TVs conectadas, trazendo uma nova era do streaming nos aparelhos de TV. Além disso, o tempo de exibição mostra que as pessoas estão se ligando ao Youtube da mesma forma que fariam com a TV tradicional.

São mais de 40 milhões de pessoas no Brasil acessando o Youtube através das Smart TVs[¹].

Consumo de Youtube em TVs conectadas por país

Hoje em dia, qual é o papel principal dos aparelhos de TV?

Bem, o Google levantou três maneiras específicas de como esse hábito de ver vídeos na TV se integrou à vida das pessoas.

Esportes e lives

Logo que começou a pandemia, esportes, shows e eventos culturais foram suspensos. Para lidar com isso, os fãs de esporte e arte em geral recorrem ao Youtube para assistir e ver reprises de momentos históricos e se manter conectado com seus times, artistas favoritos e etc[²].

Aumento no tempo de exibição de vídeos de esporte em aparelhos de TV

Realmente, ficar em casa transformou as nossas salas.

Streaming para mente e corpo

Nos primeiros meses da pandemia, houve um aumento médio diário de 215% em uploads no Youtube de conteúdos com “cuidados pessoais” no título[³].

Todo mundo indo ao YouTube para aliviar suas ansiedades sem sair da sua sala. O tempo de exibição em TV de vídeos relacionados ao bem-estar, incluindo yoga, exercícios e meditação, aumentou mais de 180% em julho de 2020[4].

Aumento no tempo de exibição de vídeos de bem-estar em aparelhos de TV

Desenvolvendo habilidades com Youtube na TV

Os vídeos relacionados ao aprendizado mais que dobrou em 2020. Os tutoriais de culinária se tornaram uma das categorias mais populares no Youtube.

Muitos vídeos sobre jardinagem, como ajudar as pessoas com limitações de espaço usando potes e garrafas também teve um crescimento absurdo.

Enfim, o crescimento da audiência no Youtube utilizando aparelhos de TV é uma realidade, o consumo de vídeos na sala de estar é algo que veio para ficar. O que pode ter sido o começo de uma tendência em 2019 rapidamente se tornou o novo normal, com mais e mais espectadores se voltando às telas maiores para satisfazer as suas necessidades em transformação.

O streaming veio para ficar

Consolidado no mercado, o streaming abre uma oportunidade incrível para as marcas se conectarem com os consumidores.

Agora que temos novos caminhos, desafios e novas possibilidades para sua marca, te incentivamos a construir audiências usando a força dessa parceria Youtube & TV e ir um pouco além.

Já ouviu falar em campanhas crossmedia?

São campanhas que estão presentes em várias plataformas, não apenas em um canal de divulgação. Muitos projetos grandes são desenvolvidos apenas para internet ou para mídias tradicionais como rádio, impresso, outdoor e TV. Já o crossmedia é capaz de suportar todos os canais de comunicação juntos, independente se é digital ou não.

Outro ponto estratégico em uma campanha crossmedia é a complementaridade, já que ela vai aparecer em diversos canais gerando mais intensidade na comunicação. Sendo assim, as marcas conseguem impactar mais pessoas com a sua mensagem do começo até o final da campanha.

É muito importante entender que não basta apenas rodar anúncios em vários canais, mas estimular o acesso a outro meio de comunicação, para que o seu público possa conhecer e interagir com esses anúncios.

Legal, mas como as marcas podem mensurar a performance de campanhas crossmedia?

Tem novidade na área! Uma nova medição de audiência crossmedia de publicidade, unindo internet e televisão, foi anunciada em 12 de maio de 2021. Esse sistema foi criado e implementado pela Kantar Ibope, que visa reunir em uma mesma tabulação os dados de público de TV e YouTube. Outro detalhe é que estão conversando também com duas redes sociais ainda não informadas para mensurar a recepção e o impacto de campanhas publicitárias.

De acordo com a CEO da empresa, Melissa Vogel, o Brasil é o primeiro país a receber essa pesquisa de cross media.

“A metodologia do Cross Media Performance torna possível saber quantas pessoas e quantas vezes determinada campanha foi visualizada, o perfil da audiência e qual a participação da TV e das plataformas digitais na composição de um target de campanha publicitária. Tudo isso para apoiar decisões estratégicas e o direcionamento mais efetivo da distribuição dos esforços em campanhas cross mídia. É uma oportunidade de criar padrões e níveis de excelência na integração entre os dados coletados por nós e as plataformas proprietárias, ou de terceiros, utilizadas pelos clientes”, explica Melissa Vogel, CEO da Kantar IBOPE Media no Brasil.

Dessa forma, vamos conseguir monitorar a performance das campanhas, otimizar melhor os investimentos de mídia em diferentes canais e tomar decisões com segurança.

Conclusão

Com todas essas mudanças e transformações, o streaming dá aos anunciantes mais espaço para se conectar com seu público, incluindo as pessoas que trocaram a TV tradicional pelas novas plataformas. À medida que os consumidores usam mais o digital, o vídeo passa a ter um papel cada vez mais importante nessa transformação.

As empresas que entenderam essa transformação digital e as novas formas de campanhas crossmedia estão crescendo cada vez mais, otimizando os investimentos e consolidando os novos padrões do futuro para a indústria.

É isso aí, pessoal! São muitas mudanças e oportunidades, certo? Me conta o que você achou do conteúdo nos comentários abaixo e vamos conversar!

Fontes:

[1] Dados internos do YouTube, Brasil, Junho 2020

[2] Dados internos do YouTube, U.S., Março 2020

[3] YouTube, Global upload, 1º de Jan – 14 de Março de 2020 vs. 15 de Março de 2020– 15 de Maio de 2020

[4] Dados do YouTube, Global, 15 de Março de 2020 – 14 de Julho de 2020

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